InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Mon, 20 May 2024 21:15:04 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Dólar tem leva alta e Ibovespa cai com projeção de que Selic seguirá em dois dígitos https://investnews.com.br/economia/dolar-tem-leva-alta-e-ibovespa-cai-com-projecao-de-que-selic-seguira-em-dois-digitos/ Mon, 20 May 2024 20:59:45 +0000 https://investnews.com.br/?p=580914 O dólar à vista fechou a segunda-feira perto da estabilidade ante o real, em alta de 0,03%, a R$ 5,1048, influenciado por fatores como as oscilações da moeda norte-americana no exterior, a realização de parte dos lucros recentes dos investidores no Brasil e a percepção de que a taxa básica Selic seguirá em dois dígitos. Em maio, a divisa acumula baixa de 1,69%.

Pela manhã, o dólar chegou a ensaiar um movimento mais firme de alta, com investidores vendidos – posicionados no mercado futuro na queda da moeda norte-americana – realizando parte dos lucros recentes, após a divisa ter acumulado queda de 1,73% até a última sexta-feira.

Além de ter perdido força também no exterior, o dólar era influenciado, conforme dois profissionais ouvidos pela Reuters, pela curva de juros brasileira, que passou por mais um dia de alta. A visão era de que o diferencial de juros continuará favorável para o Brasil atrair investimentos internacionais, o que pesava sobre as cotações.

“Mesmo com uma alta (do dólar) de manhã, estávamos já ponderando aqui um pouco o efeito do local, especialmente depois de o mercado elevar a projeção da Selic para 2024 (no relatório Focus)”, comentou durante a tarde o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

Divulgado no início do dia, o Focus mostrou que a mediana das previsões dos economistas do mercado passou a apontar para uma Selic em 10,00% no fim deste ano, ante 9,75% no relatório da semana passada. Atualmente a taxa está em 10,50% ao ano.

“Isso dá uma segurada na alta (do dólar) sempre. Mas essa virada (para o negativo do dólar) está mesmo relacionada com a virada nas bolsas lá fora”, acrescentou Bergallo, chamando a atenção para o avanço dos índices de ações em Nova York, que também pesava globalmente sobre a moeda norte-americana.

Durante a tarde, a divisa voltou a oscilar muito próxima da estabilidade, sem que notícias internas ou externas pudessem conduzir os negócios. Em um dia de agenda esvaziada nos EUA, os investidores aguardavam pela divulgação, na próxima quarta-feira, da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve.

Ibovespa

O Ibovespa fechou com um declínio modesto de 0,27% nesta segunda-feira, a 127.809,26 pontos, após uma sessão sem tendência única e com o volume financeiro abaixo da média do ano, conforme agentes financeiros continuam calibrando apostas sobre política monetária, principalmente nos Estados Unidos, mas também no Brasil.

O indicador marcou 127.478,97 pontos na mínima e 128.730,25 pontos na máxima da sessão, de acordo com dados preliminares.

O volume financeiro somou R$ 17 bilhões antes dos ajustes finais, de uma média diária de R$ 24,1 bilhões no ano.

]]>
Após oferta de US$ 15 bi, Suzano estuda nova proposta pela International Paper https://investnews.com.br/negocios/apos-oferta-de-us-15-bi-suzano-estuda-nova-proposta-pela-international-paper/ Mon, 20 May 2024 20:59:37 +0000 https://investnews.com.br/?p=580915 Por Anirban Sen e David French

(Reuters) – A Suzano tem discutido com seus consultores a possibilidade de melhorar sua oferta de aquisição de 15 bilhões de dólares pela International Paper, disseram fontes familiarizadas com o assunto nesta segunda-feira.

A Reuters publicou este mês que a Suzano havia contatado a International Paper para expressar verbalmente interesse em uma aquisição avaliada em cerca de 42 dólares por ação. Tal proposta está condicionada à International Paper abandonar seu acordo para adquirir a empresa britânica de embalagens DS Smith por 7,2 bilhões de dólares.

A International Paper rejeitou a abordagem inicial da Suzano, e a Suzano está avaliando a possibilidade de aumentar sua oferta em alguns dólares por ação, disse uma das fontes.

As fontes alertaram que não é certo que uma nova oferta da Suzano terá sucesso, e pediram para não ser identificadas dada à confidencialidade do assunto.

A Suzano e a International Paper não responderam de imediato a pedidos de comentário.

(Reportagem de Anirban Sen e David French, em Nova York)

]]>
Mais um passo da Temu no Brasil: App chinês recebe um ‘sim’ da Receita Federal https://investnews.com.br/negocios/mais-um-passo-da-temu-no-brasil-app-chines-recebe-um-sim-da-receita-federal/ Mon, 20 May 2024 18:56:40 +0000 https://investnews.com.br/?p=580806 A varejista chinesa de e-commerce Temu passou a fazer parte da lista de empresas certificadas no programa Remessa Conforme, do governo federal, que oferece isenção do Imposto de Importação para mercadorias até US$ 50 dólares.

LEIA MAIS: Varejão chinês: Temu e ‘live commerce’ do TikTok têm pressa para chegar ao Brasil

Com o nome de Elementary Innovation Pte Ltd, a certificação foi publicada nesta segunda-feira (20) em ato declaratório no Diário Oficial da União (DOU) e se refere exclusivamente às vendas efetuadas por meio do endereço eletrônico.

A Temu, do grupo Pinduoduo, divulgou em seu site que a plataforma estará disponível no Brasil “em breve” e detalhou o processo de compra dentro das normas. A empresa tinha encaminhado o pedido de certificação para a Receita Federal brasileira na semana passada.

As plataformas chinesas estão em busca de outros mercados porque temem seu futuro nos Estados Unidos, após a aprovação de uma lei para banir o TikTok no país, caso a ByteDance (dona do aplicativo) não aceite vendê-lo até 2025. O TikTok quer trazer ao Brasil o TikTok Shop – plataforma de “live commerce” para promover vendas ao vivo de produtos dentro da rede social.

LEIA MAIS: TikTok corre risco nos EUA, mas prepara novidades para o e-commerce no Brasil

Procurada, a Temu não respondeu de imediato a pedido de comentários da Reuters.

]]>
Reguladores dos EUA reconsideram aumento de capital para grandes bancos https://investnews.com.br/financas/reguladores-dos-eua-reconsideram-aumento-de-capital-para-grandes-bancos/ Mon, 20 May 2024 14:23:22 +0000 https://investnews.com.br/?p=580692 O Federal Reserve e dois outros órgãos reguladores dos Estados Unidos estão se movendo em direção a um novo plano que reduzirá significativamente o aumento de capital obrigatório de quase 20% para os maiores bancos do país, após os esforços de lobby dos presidentes de grandes instituições do setor, como Jamie Dimon, do JPMorgan Chase; publicou o Wall Street Journal no domingo (19).

Os aumentos de capital exigidos para bancos como JPMorgan e Goldman Sachs, com o objetivo de garantir que eles tenham amortecedores suficientes para absorver possíveis perdas, seriam, em média, cerca de metade do valor originalmente proposto, acrescentou o jornal.

As principais autoridades das três agências envolvidas nas regras de capital pendentes – o Federal Reserve, a FDIC, agência dos EUA que atua nas garantias de depósitos bancários, e o Office of the Comptroller of the Currency – ainda estão discutindo revisões técnicas e substanciais e não há garantia de que um acordo será alcançado, segundo o jornal.

Fed, FDIC e OCC não comentaram a reportagem.

Em julho do ano passado, os três órgãos reguladores do setor bancário, liderados pelo Fed, divulgaram uma proposta para reformular a forma como os bancos com mais de 100 bilhões de dólares em ativos calculam o dinheiro que devem reservar para absorverem possíveis perdas.

A proposta da Basiléia tem como objetivo tornar os bancos mais resistentes a possíveis perdas, reduzindo o risco de falências ou resgates. Os bancos afirmam que já estão altamente capitalizados e que as mudanças são desnecessárias.

Os grandes bancos dos EUA fizeram lobby contra a proposta da Basileia, que, segundo eles, os forçará a reformular ou encerrar uma série de produtos e negócios.

O Goldman Sachs recrutou dezenas de proprietários de pequenas empresas para viajarem a Washington e pedirem aos parlamentares que reconsiderassem a proposta, segundo uma análise da Reuters de documentos privados do Goldman, entrevistas com participantes do programa e divulgações públicas.

(Por Surbhi Misra e Disha Mishra)

]]>
Cobre bate recorde com aumento de apostas em escassez global https://investnews.com.br/economia/cobre-bate-recorde-com-aumento-de-apostas-em-escassez-global/ Mon, 20 May 2024 13:57:39 +0000 https://investnews.com.br/?p=580695 A cotação do cobre atingiu um novo recorde em meio a apostas crescentes de que haverá uma escassez de oferta.

Os futuros na Bolsa de Metais de Londres saltaram mais de 4% nesta segunda-feira e ultrapassaram US$ 11.000 a tonelada pela primeira vez. Bancos, mineradoras e fundos de investimento vêm argumentando há meses que os preços precisam subir, e uma enxurrada de apostas de alta nas últimas semanas aumentou a pressão sobre as posições vendidas, sobretudo em Nova York. 

A corrida para desfazer posições baixistas, conhecida em inglês como “short squeeze”, força muitos operadores a ter que honrar suas vendas a descoberto com entregas físicas de metal que eles ainda não possuem, o que gera um surto de demanda de curto prazo para cobrir os contratos, e impulsiona os preços mais ainda. 

A oferta restrita de minério de cobre alimentou rumores de cortes de produção por parte das fundições, e os investidores estão apostando que o aumento do uso em setores de rápido crescimento, incluindo veículos elétricos, energia renovável e inteligência artificial, compensará a fraqueza de setores tradicionais como construção.

Os preços começaram a disparar no início de abril e, na semana passada, o receio de que faltaria metal para fechar posições na bolsa de commodities de Nova York acelerou o rali.

“Isso elevou os preços a outro patamar e é muito difícil prever o pico neste ambiente”, disse Craig Lang, analista do CRU Group. 

LEIA MAIS: Guerra fria 2.0: por que o mundo está louco por cobre

Investidores, operadores e executivos do setor de mineração alertam há anos que o mundo enfrentará uma escassez crítica de cobre por conta da transição energética. Jeff Currie, veterano do mercado de commodities e diretor de estratégia do Carlyle Group, disse na semana passada que o cobre era a melhor aposta de alta que ele já viu.

Por outro lado, muitos participantes do mercado físico dizem que os preços do cobre estão acima da realidade. A demanda permanece relativamente morna – especialmente na China, onde os níveis de estoque permanecem altos. As fundições chinesas têm buscado exportar cobre depois que as contações em Nova York e Londres dispararam acima dos preços no mercado interno.

A cotação do cobre já subiu mais de 25% desde o início do ano, liderando os ganhos entre os principais metais industriais. O ouro também atingiu níveis recordes. Ambos os metais são impulsionados pelo otimismo de que o Federal Reserve começará a cortar juros este ano.

Uma série de reveses nas principais minas de cobre está alimentando temores de que um déficit de produção previsto há muito tempo chegue mais cedo do que o esperado.

Diante de uma corrida para tentar suprir cobre para o fechamento de posições vendidas na Comex, em Nova York, sobra menos metal em outros lugares. 

“O mercado chinês deve ter uma queda de estoques em breve, com o aumento das exportações”, disse Gong Ming, analista da Jinrui Futures.

]]>
Braskem diz que Justiça de SP mandou empresa ser indenizada por Novonor https://investnews.com.br/negocios/braskem-diz-que-justica-de-sp-mandou-empresa-ser-indenizada-por-novonor/ Mon, 20 May 2024 13:20:25 +0000 https://investnews.com.br/?p=580681 A Justiça de São Paulo deu ganho de causa para um pedido de 2018 de acionistas minoritários da Braskem (BRKM5) que cobram que a empresa seja ressarcida pela Novonor, antiga Odebrecht, por abuso de poder de controle, afirmou a petroquímica em comunicado ao mercado nesta segunda-feira (20).

“O juízo da 2ª Vara Empresarial e de Conflitos de Arbitragem do Foro Central Cível de São Paulo julgou procedentes os pedidos para condenar a Novonor a indenizar a Braskem por danos materiais”, afirmou a petroquímica em comunicado ao mercado, citando cifras que somam cerca de 5,5 bilhões de reais, sem considerar juros e correção monetária.

“Trata-se de decisão de primeira instância que pode ser objeto de recursos”, afirmou a Braskem.

Procurada nesta segunda-feira, a Novonor não comentou se irá recorrer.

LEIA MAIS: Adnoc desiste da compra da Braskem

Os autores da ação são José Aurélio Valporto e Geração Futuro Fundo de Investimento, na condição de “assistente litisconsorcial do autor”, segundo documentos judiciais.

Na decisão, a Justiça de SP determinou que a Novonor tem que pagar um prêmio aos autores da ação correspondente a 5% da condenação e ao pagamento de 10% da condenação relativo às custas, despesas processuais e honorários advocatícios.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

]]>
Light tem novo plano de recuperação judicial aprovado https://investnews.com.br/financas/light-tem-novo-plano-de-recuperacao-judicial-aprovado/ Mon, 20 May 2024 11:29:52 +0000 https://investnews.com.br/?p=580641 A Light (LIGT3) informou no sábado que seu conselho de administração aprovou os termos e condições de um novo plano de recuperação judicial para a companhia.

O documento foi protocolado no processo de recuperação judicial em curso na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

Entre as medidas previstas estão o aporte de recursos mediante aumento de capital, capitalização de determinados créditos por meio de títulos conversíveis e não conversíveis, e pagamento integral de credores com créditos de até 30 mil reais.

De acordo com o fato relevante da Light, o novo plano reflete modificações para alinhar os interesses de credores e outros “stakeholders” e detalha as etapas de implementação das medidas para recuperação da companhia.

LEIA MAIS: Credores fecham acordo com Light

]]>
Soma e Arezzo&Co avançam em acordo para formação de empresa de R$ 12 bilhões https://investnews.com.br/negocios/soma-e-arezzoco-avancam-em-acordo-para-formacao-de-empresa-de-r12-bi/ Mon, 20 May 2024 11:24:32 +0000 https://investnews.com.br/?p=580642 O Grupo Soma (SOMA3) e a Arezzo&Co (ARZZO3) anunciaram no sábado (18) a aprovação pelo conselho de administração das companhias da combinação entre os negócios, formando uma empresa com faturamento de R$ 12 bilhões, 34 marcas e mais 2 mil lojas, próprias e franquias.

A operação inclui a celebração de um documento que define os termos e condições para a união. Segundo o fato relevante, as administrações das companhias acreditam que a incorporação não aumenta a exposição de risco e não impacta de maneira relevante o risco dos acionistas, investidores e terceiros interessados.

LEIA MAIS: Fusão Arezzo-Soma: negócio não gera sinergia, mas cria gigante da moda de alta renda

A combinação havia sido aprovada, sem restrições, pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em março deste ano. Como condição para a incorporação, o conselho da Arezzo&Co será composto por 7 a 11 membros, que serão eleitos em assembleia geral para um mandato de 2 anos ou até a assembleia geral ordinária de 2026.

Com a conclusão da operação, o Grupo Soma será extinto e seus acionistas passarão a ter participação direta na Arezzo&Co, que assumirá todos os direitos e obrigações do Grupo Soma.

]]>
A hora e a vez dos ETFs de dividendos https://investnews.com.br/financas/a-hora-e-a-vez-dos-etfs-de-dividendos/ Mon, 20 May 2024 10:50:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=580392 Nem toda empresa paga dividendos. Mas pagar dividendos é a razão pela qual ações existem. Ao fim e ao cabo, possuir um pedaço de uma companhia só tem lógica se em algum momento você tiver direito a uma fatia dos lucros que ela produz. 

Justamente por isso, as que pagam tendem a ser empresas mais maduras – que já passaram da fase de crescimento, então correm menos riscos. Não que isso esteja escrito em pedra no santuário do mercado. Uma pagadora generosa pode falir amanhã; uma que não paga nada, só reinveste os lucros para crescer, pode passar um século valorizando num ritmo Nvidiano. Tem de tudo. 

Mas, sim, as que pagam dividendos de forma constante, e relativamente generosa, são vistas como alternativas mais conservadoras em meio à incerteza da renda variável. E em tempos mais turbulentos, como agora, é normal que elas se destaquem. 

Tanto que os índices de dividendos da B3 têm apresentado altas maiores que a do Ibovespa. Nos últimos seis meses, até 7%, contra 3% do Ibov.

ETF

“Índices de dividendos”, para os menos familiarizados, são carteiras de ações que agregam as melhores pagadoras de proventos, de modo a dar uma ideia melhor do sobe e desce dessa classe específica de ativos.

E mais importante: os índices servem de base para a montagem de ETFs – os fundos negociados em bolsa. ETFs são fundos de “gestão passiva”. Você põe o dinheiro ali e a alocação é automática: ele fica dividido entre as ações que compõem o tal índice. Na prática, é uma forma de diluir seus investimentos em várias ações (o que diminui o risco), e seguindo algum critério objetivo.  

Tipo: os ETFs de índice mais famosos são os que seguem o Ibovespa (a lista das 83 maiores e mais negociadas empresas da bolsa), e o S&P 500. Mas existe uma miríade de índices, cada qual com ETFs que os seguem como cãezinhos. Nessa fauna, temos os índices de dividendos, que aglutinam as pagadoras mais generosas. 

LEIA MAIS: PGBL – como, e por que, ele aumenta a restituição do IR

São dois hoje no Brasil. O mais tradicional chama-se justamente Índice Dividendos. IDIV para os mais chegados. Gerenciado pela B3, ele junta 51 companhias da bolsa que apresentam um bom fluxo de pagamentos em relação ao preço do papel. Em outras palavras, 51 empresas que apresentam um bom dividend yield (DY). 

Dividend yield, vale lembrar, é o seguinte: se o preço corrente de uma ação custa R$ 10, e ela pagou R$ 0,80 em dividendos nos últimos 12 meses, temos que o DY dela é de 8% ao ano. Para fazer parte do IDIV, uma empresa precisa ter estado entre as 33% com melhor DY nos últimos três anos seguidos. 

O outro índice é o Ibovespa Smart Dividendos (IBSD), também da B3, só que desenvolvido em parceria com a Nu Asset Management, gestora de fundos do Nubank. A diferença ali está no critério de inclusão, lógico. 

Primeiro que só entram no IBSD ações que já fazem parte do Ibovespa – por conta disso, a lista é mais enxuta; tem só 21 empresas. Segundo, olham para um prazo mais longo no passado – entram as melhores pagadoras dos últimos seis anos, em vez daquelas dos últimos três anos. 

“Também damos ênfase na análise do crescimento, recorrência e volatilidade do pagamento ao longo desse período”, diz Andrés Kikuchi, CIO da Nu Asset. Ou seja, ganham mais pontos os papéis que vão aumentando o valor dos proventos ao longo do tempo, de maneira sólida.

Andrés Kikuchi, CIO da Nu Asset Management. Foto: Divulgação

Critérios distintos, listas diferentes. No IDIV, as três companhias com mais peso no índice são Gerdau (5,62% das ações ali são da siderúrgica), Cemig (5,55%) e Copel (4,59%). E como a base são as mais de 400 empresas da bolsa, há companhias menos expressivas em termos de valor de mercado no pé da lista, com peso de menos de 1% na carteira  – caso da Marco Polo, fabricante de carrocerias de ônibus, da Tegma, de logística, e da construtora Plano&Plano. 

Na carteira do Índice Smart Dividendos, a Cemig encabeça a lista, com 5,70%, seguida pela transmissora de energia Cteep (5,65%) e pela BB Seguridade (5,59%). Todas as companhias são parrudas, já que o índice é um “spin off” do Ibovespa. E os pesos ficam mais distribuídos. Mesmo as companhias na rabeira têm peso acima de 2%. 

Bom, a NuAsset tem dois ETFs de dividendos que seguem o Smart Dividendos: o NSDV11 e o NDIV11, lançados em setembro de 2023. O NSDV11 rendeu 7,2% nos últimos seis meses – sobre o outro, o NDIV11, vamos falar mais adiante.

Outra característica dos ETFs de dividendos (e não só deles) é manter parte das ações alugadas para outros investidores – no caso, para gente a fim de tentar a sorte com venda a descoberto, entenda aqui mecanismo. O tomador do aluguel paga uma taxa, que vai para o fundo. Por conta disso, ETFs podem render um pouco mais que seus índices-base.

Os ETFs costumam liberar para aluguel até 60% de suas carteiras. “A gente se preocupa em usar um limite. Se eu tiver um resgate e 100% das ações estiverem alugadas, não vou ter tempo hábil para realizar”, diz Renato Eid Tucci, sócio e superintendente da Itaú Asset. “Com o limite de 60% eu tenho essa segurança, e ainda obtenho a receita do aluguel para os cotistas”. 

eid itaú asset
Renato Eid Tucci, sócio e superintendente da Itaú Asset. Foto: Divulgação

A Itaú Asset é a responsável pelo DIVO11, o primeiro ETF de dividendos do país, que existe desde 2012 e segue o IDIV. Nos últimos seis meses, foram 5,5%, contra aqueles 3% do Ibov. Nas janelas mais longas, a vantagem em relação ao Ibovespa cresce. Em 24 meses, dá 22,52% para o DIVO11, contra 15,16% do Ibovespa. Em 36 meses, 28,98% DIVO11 X 5,47% Ibov.

Agora, uma pausa agora para você analisar a composição do dois índices por trás dos fundos – o texto continua depois delas 😉         

Pingando na conta

Existem duas forças por trás do investimento em boas pagadoras de dividendos. Um é o potencial de valorização em momentos mais duros para a bolsa, como o que se arrasta nos últimos anos. Menos gente fica atraída para empresas em fase de crescimento, e no geral elas perdem valor. 

Veja o caso do SMAL11, outro ETF de índice. Esse é da BlackRock, e junta small caps, companhias menores, que em tese têm mais potencial para crescer. Nos últimos 24 meses, ele cai 9%. Nos últimos 36, 27%. Ou seja: quem vai para a renda variável tem, de fato, procurado mais as empresas maduras, pagadoras. Mas isso é o que já vimos neste texto. 

O que não vimos ainda foi a outra razão: gente que investe em pagadoras de dividendos para obter renda passiva. Para ver dinheiro pingando na conta, ao estilo dos fundos imobiliários. 

Quem compra ações dividendosas por conta própria recebe os proventos direto na conta. Cada empresa tem seu ritmo de pagamento, que pode ser de três em três meses, de seis em seis, uma vez por ano… Varia. Já quem compra via ETF não vê a grana pingar. O fundo usa o dinheiro para comprar mais ações, valorizando as cotas – e aumentando o saldo dos cotistas. O DIVO11 funciona assim, claro. O NSDV11 também.

Mas aí entra aquele outro ETF da Nu Asset, o NDIV11. Ele é diferente. Trata-se do primeiro fundo desse tipo que manda os proventos direto para a conta do cliente. Nos últimos seis meses, quem tinha R$ 100 mil no ETF, por exemplo, viu cair uma média de R$ 586 por mês na conta – um dividend yield acumulado de 3,52% no período, perto de 0,6% mensais.

Como o NDIV11 tem menos de um ano, não há dados de longo prazo sobre o desempenho do ETF em si. Mas dá para saber o do índice, lógico. Nos últimos 12 meses, o DY médio das companhias que formam o Ibovespa Smart Dividendos foi de 8,20% – patamar semelhante ao do IDIV, 8,9%.

Aqui vale um aposto. Sim, são números menores do que a Selic. Mas dividendos tendem a crescer com o tempo, caso tudo dê certo. Luiz Barsi, por exemplo, comprou ações do Banco do Brasil nos anos 1970 pelo equivalente, segundo ele, a R$ 0,60 de hoje. E segue com elas na carteira. Em 2023, o BB pagou R$ 3,72 em proventos. 

Significa o seguinte: a ação do banco garante ao maior investidor pessoa física da bolsa brasileira um “yield sobre valor pago” de 620% ao ano.

Com ETFs de dividendos a lógica é a mesma. O provento sobre o preço que você efetivamente pagou por uma cota tende a subir com o tempo – ainda que na bolsa, como na vida, não haja garantia de nada. 

O NDIV11, enfim, vai colhendo os dividendos que as 21 empresas da carteira pagam de tempos em tempos e distribui aos cotistas uma vez por mês, religiosamente. “Essa regularidade mensal é um ponto-chave. Investidores brasileiros valorizam a distribuição previsível de proventos. É uma cultura bem estabelecida”, diz Andrés Kikuchi, da Nu Asset.

Natural que seja assim: ver dinheiro pingando na conta dá prazer. O sucesso dos fundos imobiliários serve de prova empírica. O fato de NDIV11 ter um patrimônio líquido maior que o NDV11, o ETF “normal” da gestora, também – são R$ 33,8 milhões para o primeiro versus R$ 29,5 milhões para o segundo. 

Não só. Nesta segunda (20), a Itaú Asset anunciou a estreia de um concorrente do NDV11, o DIVD11 – sim, a versão do DIVO11 que manda os proventos direto para a conta dos cotistas.

Só tem um detalhe. Por mais popular que essa modalidade esteja se tornando, o fato é que não, ela não é a melhor estratégia para o longo prazo – como vamos ver agora.

A magia dos juros compostos

Num ETF normal há o efeito dos juros compostos: os proventos se transforma em novas ações, que pagam mais proventos, que se convertem em novos papeis… O bolo vai crescendo com o tempo. Num ETF que simplesmente libera o dinheiro para a sua conta não há essa magia. 

Como os dividendos não turbinam o valor da cota, ela valoriza menos. Os dois ETFs estrearam na bolsa em 29 de setembro de 2023 valendo a mesma coisa: R$ 100. De lá até 16 de maio, o NSDV11 foi a R$ 118,15. O NDIV11, a R$ 112,64. A diferença, de 5,5 pontos percentuais entre os rendimentos, reflete o fato de que os dividendos deste último não retroalimentam a cota – vão direto para o seu bolso. 

Legal. Só que uma vez no seu bolso (ou ajudando a pagar a faturta do cartão de crédito) ela não ajuda a girar a roda dos juros compostos. No curto prazo, a diferença é pequena. Em um ano num ETF com a fórmula do NDIV11 sob um DY de 8% ao ano, R$ 1 mil vão render, obviamente, R$ 80 em proventos no seu bolso. Num com a fórmula do NSDV11, o total em dividendos no seu saldo será de R$ 83.

Mas a mágica dos juros compostos fica nítida nos prazos mais longos. Em cinco anos, o ETF tipo NDIV11 terá rendido R$ 400 em dividendos. O normal, na linha do NSDV11, R$ 489. Em 10 anos, dá R$ 800 versus R$ R$ 1.219. Em 20 anos, R$ 1.600 contra R$ 3.926 (isso mesmo, uma diferença de 145%).

Como dizia o slogan da Guiness, a cerveja cuja espuma demora séculos para assentar no copo: “Coisas boas acontecem para aqueles que sabem esperar”.    

]]>
Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, está desaparecido após queda de helicóptero https://investnews.com.br/economia/presidente-do-ira-ebrahim-raisi-esta-desaparecido-apos-queda-de-helicoptero/ Sun, 19 May 2024 18:22:02 +0000 https://investnews.com.br/?p=580650 Equipes de resgate estão procurando durante a noite para tentar localizar o presidente iraniano Ebrahim Raisi depois que seu helicóptero caiu enquanto ele voltava de uma visita ao noroeste do país.

Havia uma névoa densa na região, dificultando as condições para as equipes de busca, disse a mídia estatal, sem dar uma causa direta para o incidente no domingo (19). O porta-voz do governo do Irã, Ali Bahadori Jahromi, disse tarde da noite no X, o antigo Twitter, que não havia “novas atualizações” e que o país estava enfrentando uma “situação difícil e complicada.”

Encontrar o helicóptero do presidente “pode levar tempo” devido às difíceis condições meteorológicas, disse o Ministro do Interior Ahmad Vahidi na TV. Uma busca aérea era “impossível”, disse a TV iraniana, após pelo menos cinco horas de buscas em terra.

Raisi, um clérigo ultraconservador na casa dos 60 anos, que venceu a eleição presidencial do Irã em 2021, é visto como um favorito para eventualmente suceder o Líder Supremo Aiotolá Ali Khamenei, que é a principal autoridade da República Islâmica.

O incidente ocorre em um momento de turbulência no Oriente Médio devido à guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, apoiado pelo Irã. Isso aproximou o Irã e Israel de um conflito total e levou outros grupos apoiados por Teerã, incluindo os houthis no Iêmen e milícias xiitas no Iraque, a atacar bases americanas e navios comerciais no Mar Vermelho.

A frota aérea de Raisi consistia em três helicópteros com altos funcionários, incluindo o Ministro das Relações Exteriores Hossein Amirabdollahian, relatou a agência de notícias semi-oficial Tasnim. Acredita-se que Amirabdollahian também estivesse a bordo da aeronave de Raisi.

Os EUA estão acompanhando de perto os relatos do incidente, disse um porta-voz do Departamento de Estado sem mais comentários.

A televisão iraniana exibiu imagens ao vivo de várias ambulâncias em meio à chuva forte e névoa. Um repórter, posicionado perto das equipes de resgate, mencionou os desafios para alcançar o local do acidente, citando estradas intransitáveis devido à lama e à natureza remota da área. Buscas aéreas usando helicópteros e drones eram impossíveis devido às condições meteorológicas adversas, disse ele.

A televisão estatal transmitiu imagens ao vivo do santuário sagrado do país na cidade nordeste de Mashhad, local de nascimento de Raisi, mostrando peregrinos rezando por Raisi. Outros que se acredita estarem a bordo do helicóptero de Raisi incluíam o governador da província do Azerbaijão Oriental e o representante do líder supremo na cidade de Tabriz, segundo a mídia iraniana.

Tanto Raisi quanto Amirabdollahian supervisionaram a restauração das relações diplomáticas do Irã com a Arábia Saudita através de um acordo mediado pela China anunciado em março de 2023. Mas foi um período em que também havia um impasse nas negociações para reviver o acordo nuclear do Irã com potências mundiais e levantar sanções econômicas.

Mais cedo no domingo, Raisi se encontrou com seu homólogo do Azerbaijão, Ilham Aliyev, para inaugurar uma represa desenvolvida em conjunto na fronteira entre os dois países. O incidente ocorreu quando Raisi já retornava da província do Azerbaijão Oriental do Irã.

A ascensão de Raisi à presidência ocorreu após oito anos sob o relativamente moderado Hassan Rouhani, que foi central no acordo nuclear do qual o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA em 2018.

A saída dos EUA do acordo fortaleceu os linha-dura do Irã, que sempre foram críticos do acordo. Raisi foi sancionado em 2019 pela administração Trump, que citou seu papel em uma repressão mortal uma década antes contra manifestantes que alegavam fraude eleitoral.

Durante sua campanha eleitoral presidencial, ele recebeu apoio dos mais altos níveis do estabelecimento religioso e militar do Irã e colocou todas as instituições estatais e alavancas de poder do Irã nas mãos dos linha-dura.

O Primeiro Vice-Presidente de Raisi é Mohammad Mokhber, que representou o Irã em muitas viagens recentes ao exterior e que, como muitos altos funcionários iranianos, está sujeito a sanções dos EUA.

]]>